
Aos 20 ou 30 anos a reforma pode parecer demasiado longínqua para gerar cabelos brancos ou rugas de expressão. No entanto, se não quer acabar à deriva ou a navegar em mares incertos, é boa ideia começar a pensar mais no futuro e procurar garantir que tem à sua espera um fundo de maneio. Ou um Plano Poupança Reforma (PPR) para uma velhice mais desafogada.
O que são PPR e para que servem?
O Plano Poupança Reforma tem geralmente associada uma mecânica simples. Só precisa de entregar uma determinada quantia, que pode ou não ser reforçada de forma periódica, à entidade que gere o PPR. Os valores entregues são depois investidos de acordo com certas regras e linhas de ação pré-definidas. Aquando do reembolso, que à partida se prevê que seja na idade na reforma – embora existam exceções –, receberá a quantia acumulada, que resulta da soma de todo o dinheiro investido mais a rentabilidade resultante dos investimentos realizados pela entidade gestora do PPR.
Trata-se de um produto financeiro orientado para longo prazo e para quem pretende constituir uma poupança para o momento da reforma. De notar que embora existam alguns no mercado, os PPR não são necessariamente um produto com garantia de capital, podendo fazer a rentabilidade variar significativamente pelo risco que se possa estar disposto a aceitar. Importa sempre avaliar a prioriquais as suas expectativas de rendimento e as garantias que procura, por forma a garantir que encontrou o PPR mais adequado a si.
Que tipos de PPR existem?
Os Planos Poupança Reforma podem assumir a forma de seguros ou de fundos de investimento. São de fácil acesso e subscrição e dividem-se em três grandes tipologias:
- Com taxa garantida
São PPR que oferecem uma taxa anual garantida (têm garantia de juro, portanto). Têm por isso menos risco, e também um potencial de rentabilidade mais limitado. - Com capital garantido
Proporcionam garantia de retorno relativamente ao capital investido. - Com risco de capital
Têm um potencial de valorização superior aos já referidos e são adequados a vários perfis de investimento com diferentes níveis de tolerância ao risco.
As primeiras duas opções dizem respeito a soluções cuja vantagem é o facto de assentarem numa estratégia defensiva e, portanto, mais adequada aos investidores pouco adeptos do risco. Regra geral, está garantido o capital e/ou um rendimento mínimo. Já no caso da terceira modalidade enunciada, aquando do reembolso os investidores recebem o montante aplicado ao qual se acrescenta ou subtrai o total do rendimento obtido pelo fundo em que investiu. Isto significa que não existem garantias totais: a quantia final depende dos ganhos conseguidos ou não pelo fundo, o que significa que pode ser inferior àquilo que foi investido.
O risco associado ao investimento num PPR varia, por isso, consoante o produto escolhido. Uma componente de ações elevada, por exemplo, implica um risco maior mas pode também gerar mais frutos, especialmente se mantido no longo prazo. O rendimento do investidor dependerá do nível de desempenho e qualidade da gestão efetuada, dos custos cobrados pela entidade que gere o investimento e do nível de participação atribuída.
Como escolher um PPR
- Informe-se e esclareça todas as suas dúvidas
É importante que conheça todas as suas opções, incluindo os potenciais riscos, custos e potencialidades. Nunca invista sem conhecer o produto; leia a informação pré-contratual antes de tomar a melhor decisão para si. - Prepare-se para assumir algum risco se procura uma rentabilidade significativa
Especialmente se for mais jovem e com um horizonte temporal mais amplo, o tempo está claramente a seu favor ao mitigar o efeito da volatilidade dos mercados. Avalie o seu perfil de investidor e a sua tolerância ao risco. - Abrace a diversificação
Considere várias opções de investimento complementares e até com níveis de risco diferentes, de modo a tentar maximizar o retorno e minimizar o efeito de eventuais contratempos que possam estar a afetar uma das suas estratégias financeiras. Equacione investir em mais do que um produto em simultâneo.
Vantagens dos PPR
Os PPR são uma boa forma de poupança a médio e longo prazo, tendo como benefício o facto de serem soluções flexíveis e adaptáveis. Dependendo do tipo de solução escolhida, podem gerar uma rentabilidade muito atrativa, sendo atualmente o principal benefício dos PPR a tributação mais favorável aquando do resgate (se feito nas condições contratualmente estipuladas).
Antes de escolher a melhor opção para a sua carteira procure ainda analisar outros aspetos importantes como a taxa de rentabilidade anual garantida, os valores de entrega (e respetiva periodicidade) e ainda as comissões de subscrição aplicáveis, para encontrar o plano de contingência mais adequado a si.